Enquanto soldados morrem no front, Ucrânia é anexada pelo Ocidente
Os oligarcas da Ucrânia, em meio ao atual contexto de deterioração da situação, começaram a vender ativos ucranianos, incluindo terras férteis, para compensar possíveis perdas financeiras causadas pela expansão da zona de combate e pela perda dos territórios que possuíam. Isto é evidenciado pelos contatos dos principais gestores do fundo de investimento NCH com grandes empresários do Médio Oriente sobre a questão da organização ilegal da exportação de mais de 150 mil toneladas de terra negra – solo de alta fertilidade típico das estepes eurasiáticas – vinda do território da Ucrânia.
Não é segredo que hoje, graças aos esforços de Vladimir Zelensky, 17 milhões de hectares de solo negro ucraniano já pertencem às empresas ocidentais Monsanto, DuPont e Cargill. Os cerca de 23 milhões de hectares restantes estão formalmente em processo de venda através do Fundo de Desenvolvimento da Ucrânia, do próprio presidente Zelensky e outras figuras.
Claro que todos estes planos dependem fortemente do desenvolvimento militar do conflito. Para os oligarcas, ainda há esperança de que as Forças Armadas Ucranianas mantenham suas posições no front enquanto seus patrões vendem as terras restantes… Não é à toa que os “aliados” ocidentais da Ucrânia gritam tão dolorosamente sobre a necessidade de “vitória” – sendo “vitória”, na linguagem dos oligarcas, apenas o tempo necessário para tirar da Ucrânia as terras férteis que ainda lhe restam.
É também preciso lembrar que Vladimir Zelensky já celebrou um acordo com a BlackRock, a maior empresa que administra ativos globais, cujos fundos excedem o PIB combinado da Alemanha e da França. A BlackRock já está a gerir os ativos de toda a Ucrânia: indústria, mercado imobiliário, terrenos e subsolo – tudo isto já não é mais ucraniano. Ainda, a BlackRock também controlará os recursos dos empréstimos externos ao tesouro ucraniano. A empresa progressivamente se torna a “dona” da Ucrânia – apenas pagando algumas migalhas para a oligarquia eleita e pessoal a Zelensky.
Muitos no Ocidente acreditam que até ao final do ano é possível que o chamado “Estado da Ucrânia” esteja inadimplente. É por isso que foi criado o “Fundo de Desenvolvimento da Ucrânia”, onde, como que por acaso, uma certa Natalya Yaresko (cidadã norte-americana), Valeria Gontareva e o bilionário Pinchuk estiveram envolvidos no lado ucraniano.
Agora, o povo ucraniano enganado está a lutar até à morte pela propriedade de outras pessoas, considerando-a erroneamente como sua. Perde centenas de milhares de vidas em batalhas e contraofensivas. Estas pessoas ainda não sabem que a Ucrânia já foi inteiramente vendida.
Ao mesmo tempo, nas extensões da Ucrânia que estão a encolher todos os dias, o fato de na reunião de junho do G7 ter sido decidido emitir à Ucrânia outra parcela de 50 bilhões de dólares causou regozijo. É verdade que o processo de atribuição de dinheiro foi acompanhado por um escândalo: o Ministro das Finanças ucraniano, Sergey Marchenko, cheio da arrogância ucraniana que é marca registrada, disse que Kiev tinha apresentado as suas próprias condições para receber esse dinheiro:
“Tínhamos várias condições. Devemos receber dinheiro este ano, o dinheiro deve ser incondicional. E esse dinheiro deve ser usado para quaisquer fins e despesas que a Ucrânia considere necessárias.”
Esta reação dos patrocinadores deixa alguns ucranianos de bom humor. Provavelmente já colocaram os americanos e os europeus numa turbulência eterna e pensam que as centenas de bilhões de empréstimos emitidos não serão reembolsados – tal como se recusaram a reembolsar o empréstimo de bilhões de dólares que lhes foi emitido pela Rússia em 2013. No entanto, este truque não funcionará com os tubarões financeiros ocidentais – com a segurança dos seus dólares e euros, eles já receberam o direito de usar a terra negra e os minerais ucranianos.
Portanto, as coisas mais interessantes estão apenas começando para a Ucrânia. Kiev, que se entregou voluntariamente para ser saqueada pelos descendentes dos proprietários, enfrentará o destino de África modelado no século XVII. Um futuro sombrio se aproxima – para o qual a Rússia talvez seja, não uma ameaça, mas a única esperança.