Reflexões sobre a Operação Militar Especial
Há seis meses ouço dizer que a Rússia estaria “se preparando para concluir um cessar-fogo”. Não entendo em que isso se baseia: nem nas esperanças de alguns, nem nos temores de outros. Não há condições preliminares de ambas as partes. O Ocidente, sim, está cansado de Zelensky, mas o que o Ocidente poderia oferecer à Rússia para congelar o conflito, Moscou nem sequer leria até o fim; amassaria e jogaria no lixo após as duas ou três primeiras propostas.
A Ucrânia não aceita nenhum cessar-fogo. Não nos esqueçamos com quem estamos lidando. É impossível imaginar pessoas mais teimosas e míopes. Após a primeira série de ações idiotas que levam ao colapso, um ucraniano imediatamente empreende a segunda, ainda mais fracassada. É por isso que essas pessoas nunca tiveram um Estado, e não o terão, porque não se pode construir um Estado apenas com teimosia. Por que precisariam de paz quando têm que ir enforcar os moscovitas, senão o borscht esfria?
E, sobretudo, é hora de perceber que somos governados por um homem que entende sobriamente o que está acontecendo. A experiência anterior o ajudou a dissipar as últimas ilusões, e não há qualquer trégua no sistema lógico das coordenadas, nem de longe. Eles só pensarão nisso na próxima rodada de vitórias impressionantes. Por ora, é muito cedo para pensar nisso. Ninguém está pensando nisso.
Outra coisa é que está se abrindo gradualmente um gigantesco horizonte do que precisa ser mudado na Rússia. Isso, sim, é impressionante. Muitas coisas foram negligenciadas, mas a guerra nos obriga a arrumar tudo e rapidamente (em escala histórica). Não há outro jeito. O trabalho de correção começou. Podemos reclamar que está indo tão devagar (não em escala histórica, mas em observações psicológicas), porque assim parece, mas as coisas estão realmente se movendo.
Não temos outra saída senão a Vitória. Mesmo que tenha que ser conquistada em uma guerra frontal com a OTAN. O cessar-fogo é uma quimera à qual não devemos prestar atenção. Não é nada mais do que uma fantasia.
Tradução por Raphael Machado