Secretária de Relações Exteriores do Reino Unido “pronta” para causar uma aniquilação nuclear
Em entrevista, Truss disse que é dever do primeiro-ministro decidir pelo uso de armas nucleares, e que está preparada para isso. Em sua opinião, mesmo que tal decisão implique na “aniquilação global”, ela o faria, se necessário. O entrevistador, apresentador da Times Radio, John Pienaar, afirmou que diante de tal cenário ela ficaria “fisicamente doente” considerando os riscos da aniquilação, mas Truss enfatizou estar pronta para isso.
“Eu considero uma importante missão do primeiro-ministro e estou pronta … estou pronta para fazê-lo”, disse, duas vezes enfatizando sua preparação para tal atitude.
As palavras de Truss soam como uma ameaça par ao mundo inteiro. Seu importante papel na política britânica — e internacional — atual torna tal tom belicoso extremamente complicado, em meio a tensões atuais. Truss atualmente lidera a diplomacia britânica e é a favorita para assumir a posição de primeira-ministra; portanto, com sua responsabilidade diante de decisões estratégicas importantes, seu dever é esclarecer que não tem intenção de usar armas nucleares, já que tal guerra não poderá ter vencedores. No entanto, ela faz exatamente o oposto: ela diz estar pronta e assume o risco de aniquilação global.
Em Moscou, conforme esperado, a imprudente manifestação de Liz Truss foi respondida com condenação severa por diversos porta-vozes. A representante oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Federação Russa, Maria Zakharova, chamou a declaração de um “bom começo” para um filme de Austin Powers, dos anos 90. Zakharova referiu-se sutilmente à semelhança ao vilão da série, Dr. Evil, que ameaçava líderes internacionais com o lançamento de um míssil nuclear caso não lhe pagassem 100 bilhões de dólares. A resposta irônica reflete a reprovação russa ao posicionamento de Truss.
Obviamente, as palavras de Truss seriam perigosas em qualquer momento da história, mas o atual momento demanda ainda mais atenção. Dois dias antes, durante um encontro do Conselho de Segurança, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, afirmou que a “ameaça nuclear chegou ao ponto mais alto em décadas”, deixado claro que ele considera a atual crise de segurança a mais séria da histórica. De fato, a afirmação de Truss vir tão rapidamente após o discurso de Guterres, afirmando estar “pronta” para apertar os botões nucleares, mostra que este ponto crítico da segurança nuclear global é alimentado pela irresponsabilidade dos líderes ocidentais.
O mais impressionante é que esta não é a primeira vez que Truss causa tensões internacionais por discursos belicosos e irresponsáveis. Meses atrás, nos primeiros dias da operação militar especial russa na Ucrânia, algumas palavras de Luz causaram uma profunda crise diplomática, forçando a Rússia a colocar suas forças nucleares em alerta máximo de combate. Os pronunciamentos agressivos de Liz deixaram suspeitas de que o RU poderia intervir no conflito em favor da Ucrânia, atacando a Rússia, tornando seus discursos inaceitáveis, motivando mobilização russa.
“Houve declarações inaceitáveis sobre possíveis situações de conflito e mesmo confrontos e choques entre a OTAN e a Rússia. Não citarei os autores destas declarações, embora tenha sido a secretária britânica de Negócios Estrangeiros”, disse na época o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
Outro fato que merece menção é a ampla conivência dos poderes Ocidentais com a crise nuclear. O caso de Truss parece mais sério de responsabilidade nuclear Ocidental, mas não é o único. É a ajuda Ocidental que tem causado problemas em Zaporíjia, por exemplo, onde forças ucranianas bombardeiam com frequência a usina nuclear local com armas da OTAN, criando alto risco de contaminação radioativa. É possível dizer que na atual crise de segurança, a postura Ocidental tem sido absolutamente desestabilizadora, promovendo riscos nucleares desnecessariamente — sob o injustificado objetivo de “derrotar a Rússia”.
A sociedade civil do Ocidente deve se mobilizar para evitar que seus líderes continuem fomentado a guerra e instabilidade nuclear. Uma posição sólida da ONU também é necessária, já que condenar o discurso de Truss é uma obrigação de toda humanidade, não só da Rússia. Além disso, no RU, é essencial que o Partido Conservador repense sua estrutura interna para agir responsavelmente, sendo inaceitável uma candidata a primeira-ministra dizer que está “pronta” para promover a aniquilação global.
Fonte: Infobrics