Contra-Iniciação: Comentários Críticos sobre Aspectos da Doutrina de René Guénon

15.06.2016

1 - Comentários Preliminares: A Necessidade de Emendas ao Tradicionalismo
 
A questão da "contra-iniciação" é a mais obscura e ambígua em todo o pensamento tradicionalista. Talvez isso seja resultado da própria realidade do que os tradicionalistas, seguindo Guénon, chamaram de "contra-iniciação". O significado da contra-iniciação é apresentado no livro "O Reino da Quantidade e os Sinais dos Tempos". Em resumo, nós podemos dizer que por contra-iniciação René Guénon compreende a totalidade das organizações secretas possuindo dados esotéricos e iniciáticos, que, porém, dirigem suas atividades e seus esforços para o objetivo que é o exato oposto do propósito da iniciação normal, que é, não alcançar o absoluto, mas uma extinção fatal e dissolução no "reino da quantidade", no crepúsculo externo. Os hierarcas da contra-iniciação, seguindo o esoterismo islâmico, foram chamados por Guénon de "Awliya al-Shaytan", i.e., "santos de Satã". Em sua perspectiva, os representantes da contra-iniciação se encontram por trás de todas as tendências negativas da civilização moderna, e dirigem secretamente o curso dos eventos a caminho da degradação, da materialização e da degeneração espiritual.
 
Segundo a Tradição, segindo a lógica de processos cíclicos, um movimento ao longo do caminho da degeneração inevitavelmente leva da era de ouro à era de ferro, portanto deve haver algum tipo de força consciente que contribui para este processo, enquanto o poder da verdadeira iniciação e do esoterismo genuíno, ao contrário, interfere de toda maneira com este declínio fatal. O dualismo histórico de Guénon de modo algum afeta a unidade do princípio metafísico, já que ele se relaciona com o campo da manifestação, onde a lei primária é a dualidade. Esta dualidade, que jaz no âmago da manifestação, só é superada quando se vai além do manifesto, na esfera transcendente, dentro do mesmo mundo da dualidade irremovível. Assim, o papel de contra-iniciação é parcialmente justificado, porque ele não está enraizado na tirania, mas na própria necessidade providencial, associada com as leis do universo. Essa parte puramente teórica da doutrina da contra-iniciação, completamente inequívoca desde uma perspectiva lógica, é confirmada por várias doutrinas de tradições sagradas no que concerne o tema de "demônios", "diabos", "espíritos malignos", "anticristo" e daí em diante. Mas tudo se torna muito mais difícil quando é feita uma tentativa de se passar da teoria à prática e nomear exemplos de qualquer organização ou sociedade secreta contra-iniciática em específico. O problema não é apenas este. Antes de esclarecermos essa delicada questão, deve-se considerar cuidadosamente o que René Guénon entendia por "iniciação" e "esoterismo".
 
Segundo Guénon, a distinção histórica de formas sagradas (religiões, tradições, etc.), é uma consequência de várias qualidades do ambiente histórico e humano projetados por raios não-humanos da Verdade Unificada. Em outras palavras, para ele, todas as tradições, na medida em que se aproximam de seu próprio centro, superam diferenças sectárias e quase se fundem em uma entidade única. Guénon chama isso de "Tradição Primordial". Essa tradição, segundo Guénon, é a essÊncia secreta de todas as religiões. De certa forma, isso é justo.
 
Um estudo cuidadoso do simbolismo da Tradição, rituais e doutrinas leva à ideia de que todos os ensinamentos sagrados tem um elemento comum, algum paradigma geral, que de certa forma se perde de vista, assim que assume aspectos mais estreitamente dogmáticos e detalhados. Particularmente, nas condições atuais, a tese da "Unidade da Tradição" parece convincente, quando o mundo moderno criou uma civilização construída em contraste radical a tudo que possa ser chamado de Tradição. Em outras palavras, o tradicionalismo integral e seu apelo à Unidade das Tradições é verdadeiro na medida em que o mundo moderno se opõe a todas as formas de civilização baseadas em princípios sagrados. De fato, entre tradições e religiões há muito mais semelhanças do que diferenças quando contrastadas com a civilização moderna plenamente dessacralizada. Essa é uma afirmação óbvia. A única questão é em que medida tal aproximação em face de um inimigo comum é consequência de uma unidade esotérica?
 
Em outras palavras, são as diferenças entre tradições sagradas apenas o resultado de erros no ambiente espacial em certos pontos no ciclo? Não se dariam por causas mais profundas?
 
Um bom exemplo da relevância dessa questão pode ser a hesitação de Guénon em reconhecer se o budismo era uma tradição autêntica o não. Guénon primeiro classificou o budismo como estando na categoria das heresias antinomianismo, e posteriormente o admitiu como tradição verdadeira. A questão aqui não é o budismo, mas o fato de que essa incerteza do Guénon demonstra certa arbitrariedade em seu método sempre que se chega a tradições históricas e princípios dogmáticos específicos. Mesmo que Guénon possa estar errado na questão budista (que permaneceu para ele um grau considerável de abstração já que a opinião de seus informantes hindus diferia, tal como todos os tradicionalistas hindus possuem uma orientação fortemente antibudista), é posível que erros similares também possam ocorrer no caso de outras religiões.
 
Nossa própria pesquisa nos levou à conclusão de que, em pelo menos dois casos, Guénon não avaliou as coisas corretamente.
 
Em primeiro lugar, quando Guénon negou a dimensão iniciática da Igreja Cristã (ele datou a perda dessa dimensão, que estava presente no Cristianismo original, à era do Primeiro Concílio Ecumênico), aqui ele está claramente na história e filosofia da história exclusivamente do ramo romano (e do desvio protestante posterior). Guénon claramente ignorava a realidade metafísica e iniciática da Ortodoxia, que nas mais fundamentais posições difere radicalmente do Cristianismo Ocidental. Guénon identificava Cristianismo com Catolicismo e equivocadamente transferou as proporções da organização católica, inclusive a natureza místicas dos rituais e a especificidade da teologia, ao todo do Cristianismo em geral, assim fazendo afirmações absolutamente incorretas sobre o tema.
 
Em segundo lugar, Guénon se apressou para reconhecer a Cabala judaica como esoterismo genuíno, que, segundo sua opinião, deve ser um universalismo distinto que jaz sob todo particularismo. Na verdade, a Cabala tem um grau exotérico que não é inferior (talvez seja até superior) ao do judaísmo talmúdico, que insiste na singularidade étnica dos judeus, na singularidade de seu destino e sua oposição metafísica a todos os outros povos e religiões. Isso está em contradição clara com a definição guenoniana de esoterismo, que deveria estar dominado por princípios de unidade universal e amalgamação de todas as formas espirituais e religiosas no conceito geral. A Cabala, mesmo em seus aspectos mais transcendentes, reivindica não sua unidade, mas um radical e incontornável dualismo étnico metafísico.
 
Ademais, em termos mais gerais, a avaliação de Guénon sobre alguns povos (gregos, japoneses, alemães, anglo-saxões, eslavos), algumas vezes tão subjetiva e arbitrária (e nessas avaliações, Guénon tende às vezes a basear conclusões na ortodoxia ou heterodoxia de formas tradicionais) lança dúvidas sobre todos os aspectos do tradicionalismo, que lida com a aplicação de considerações teóricas à esfera prática.
 
2 - A Ausência de uma Contra-Iniciação Universal
 
As diferenças de formas religiosas pode ser um fator muito mais profundo do que convenções exotéricas e estar enraizadas na própria metafísica. Se a síntese unificadora é realizada de forma bem fácil (ainda que todas as outras tradições sejam interpretadas na perspectiva peculiar exclusivamente a elas) no hinduísmo e no esoterismo islâmico, isso é por causa da especificidade dessas tradições; em outras formas religiosas a situação é um pouco diferente. O hinduísmo e o islamismo permitiram a Guénon construir uma imagem lógica e não-contraditória, mas tudo isso se torna muito menos óbvio se tentarmos aplicar a outras religiões e sua abordagem particular em relação a metafísica.
 
Para Guénon (e tradicionalistas que o seguem) a situação é: a tradição metafísica unificada constitui a essência do esoterismo universal, o núcleo das tradições ortodoxas. A religião dogmática e outras formas de tradições exotéricas são cascas externas, se ocultando por trás do visível a unidade dos vários conteúdos (esoterismo e iniciação). No polo oposto ao esoterismo universal está localizada a "contra-iniciação", como negação do universalismo e não apenas uma negação de uma forma religiosa ou exotérica particular. Assim, o conceito de "contra-iniciação" não está separado da postulação da unidade de todas as tradições esotéricas.
 
Mas, como mostramos, fora do contexto esotérico hindu e islâmico, essa lógica não pode ser aceita de forma inequívoca, já que a metafísica não reconhece outras tradições esotéricas com solidariedade frente a outras formas religiosas. Na verdade, a universalidade do sufismo e do hinduísmo não é tão óbvia quando parece. O preço do reconhcimento de outras formas religiosas ortodoxas é uma aprovação da "distorção" e a interpretação de seus dogmas no espírito e letra específicos e peculiares apenas ao esoterismo hindu e sufi. Por exemplo, na abordagem budista à cristologia, Cristo é equiparado a um avatar, o que dentro do esquema de uma doutrina puramente cristã é equivalente à visão "monofisita". O Islã, baseado em um monoteísmo estrito, por outro lado, adere ao esquema cristológico "nestoriano" ("arriano"). Nos dois casos, nega-se a fórmula cristológica ortodoxa, resultando em uma perspectiva metafísica completamente diferente.
 
Assim, o universalismo proclamado pelos tradicionalistas, na verdade, não é tão total e inequívoco como gostaríamos.
 
Ademais, o hinduísmo baseia sua própria tradição na fórmula inversa a da tradição iraniana, vindo da mesma fonte. É sabido que mesmo nos nomes de deuses e demônios há uma analogia inversa entre zoroastrismo e hinduísmo. O budismo é considerado pelo hinduísmo como uma heterodoxia (essa visão foi sustentada por muito tempo pelo próprio Guénon). Portanto, estas três tradições indo-europeias orientais não podem concordar uma com a outra e estabelecer sem problemas sua unidade esotérica. De fato, é difícil reconhecer a "verdade esotérica" daqueles que tem seus deuses chamados de "demônios" e vice-versa ("devas" e "asuras" no hinduísmo e no zoroastrismo significam exatamente o oposto, já de início), ou aqueles que negam radicalmente a autoridade da maior fonte sagrada (os budistas negam os "Vedas", as castas e todas as doutrinas básicas do hinduísmo).
 
No contexto abraâmico, a situação é ainda mais problemática. Mesmo que o Islã reconheça certa legitimidade de tradições ao "povo do Livro" (judaísmo e cristianismo), assumindo a missão de Maomé como a última palavra do "abraamismo", para corrigir todos os erros prévios, nem cristãos ou judeus reconhecem outras versões abraâmicas, não dando a elas qualquer autenticidade, incluindo-as como heresia, mentira e maldade. Por exemplo, no Zohar, a autoridade suprema da Cabala, é fácil ver hostilidade ao islamismo e ao cristianismo a nível metafísico e esotérico, que não é removida, mas alcança um ardor metafísico ainda mais alto. E, da mesma forma, o esoterismo ortodoxo se relaciona de forma tão ruim quanto com o judaísmo (exotérico e esotérico), considerado não apenas como alteridade de formas religiosas estranhas, mas como incorporação do mal e a "tradição" metafísica do Anticristo.
 
Assim, fora do sufismo e do hinduísmo (cujo universalismo também não é ilimitado), não há esoterismo geral, o que significa que, sob o termo "contra-iniciação", a tradição provavelmente entende aquelas formas sagradas que estão em franco conflito com sua metafísica. Se o mal esotérico, neste caso, são aqueles aspectos negativos que derivam da especificidade ética e doutrinária de uma dada religião, o mal esotérico (contra-iniciação) é, na verdade, uma tradição metafísica diferente, que a contradiz.
 
Essa questão incrivelmente complicada da contra-iniciação deixa de ser clara e transparente, e se torna bastante confusa.
 
Do ponto de vista do esoterismo ortodoxo a contra-iniciação é, naturalmente, o judaísmo e a Cabala. Do ponto de vista do esoterismo da "Zohar", é o "goyim", especialmente "os descendentes de Ismael e Esaú" (muçulmanos e cristãos), como "falsa doutrina do demônio Samael", "cavalgando a serpente Lilith". Do ponto de vista do esoterista hindu, o dualismo iraniano está enraizado no fato de que o zoroastrismo idolatra "demônios", "asuras", chamando-os "deuses". O budismo esotérico crê que as doutrinas iniciáticas do hinduísmo são o supremo mal, porque elas só fortalecem o apego dos homens ao samsara, na verdade, mundos divinos superiores, do ponto de vista budista, são ainda mais ilusórios que os mundos humanos (não há sofrimento, apenas distâncias do alcance do nirvana). E dentro da civilização islâmica, os representantes mais radicais do esoterismo manifestacionista, Al-Hallaj, Suhrawardi, etc., foram executados como os piores hereges.
 
Como se pode, em tal situação, identificar a contra-iniciação universal, traçar suas fontes, reconhecer aquelas forças e organizações que a servem de forma oculta? Se a universalidade do esoterismo (pelo menos em nossa situação cíclica) não é óbvia e comprovada, então como podemos falar na universalidade da "contra-iniciação", que é sua projeção espelhada?
 
3 - Diferenças religiosas interiores e interreligiosas
 
Entre os sistemas religiosos tradicionais há profundas contradições que se estendem até a mais elevada metafísica. Este é um lado. Pelo outro lado, essas formas tradicionais não são algo imodificável, elas estão sujeitas a leis cíclicas. Tradições passam por períodos difíceis de incorporações históricas, incluindo o acréscimo de fases naturais de prosperidade e declínio, há até momentos paradoxais, por exemplo, modificações em sua natureza interior, alienações, transformações em algo essencialmente diferente ao mesmo tempo que atributos externos são mantidos.
 
E muitas vezes essas eras de atribulações não podem ser reduzidos ao "triunfo de tendências negativas", como costumam ser, considerando a tradição exotérica e a moralidade de formas sagradas. Por exemplo, a degeneração da tradição islâmica pode ocorrer sem que as autoridades comecem a negar abertamente o "princípio do monoteísmo" ou a "missão de Maomé", bem como cristãos podem romper com a Igreja em espírito, sem necessariamente adorar, ao invés de Cristo, a outros deuses (ou, por exemplo, Satã).
 
Se tudo fosse tão simples, a história seria estruturada por aparatos mecânicos elementares, uma operação previsível e seria fácil prever o futuro. Também, ocasionalmente vê-se muitas pessoas caracterizadas por uma cosmovisão ingênua (para não dizer idiota), sejam eles "conservadores" ou "progressistas". Apenas uma profunda compreensão do núcleo interior da tradição, a implementação efetiva de seus níveis superiores, lhe permite selecionar e apreender o que é principal e mais significativo, e portanto separar precisamente a verdadeira ortodoxia da alienação axial, de desvios, de simulações e de degeneração. Nessa questão, um critério puramente externo não existe, e neste sentido, não subestimem "o diabo" (se tudo fosse tão simples, como parece para os moralistas, seria improvável que ele teria uma participação tão longa e ativa, e mais importantemente, desconhecida, na história humana).
 
Por exemplo, a divisão da Cristandade em igrejas oriental e ocidental estava longe de ser um evento puramente exotérico, por trás havendo profundas razões metafísicas. O mesmo é verdadeiro para o mundo islâmico e para a divisão entre xiitas e sunitas. A tradição sunita sustenta um elevado prestígio para com o Sultão Yazid, que assassinou Ali, primo de Maomé e polo espiritual (Qutb) dos xiitas. Em certo sentido, as coisas não são tão suaves no hinduísmo. O vaisnavismo e o sivaísmo não estiveram tão em harmonia assim um com o outro, como parece à primeira vista. Assim, por exemplo, traços de dualidade podem ser vistos no "Mahabharata", edição que, naturalmente, foi completada na comunidade vaisnava. Nós vemos ali os Kauravas e os inimigos incorrigíveis, os vilões Pandavas, inspirados por Shiva e seu séquito, ao ponto de Shiva ser considerado como uma "natureza sutil", em contraste com uma natureza puramente espiritual e metafísica de Krishna, avatar de Vishnu. Neste caso, os paralelos com o "diabo" surgem espontaneamente, especialmente quando Guénon indica que o "diabo" pertence exclusivamente ao "plano sutil".
 
Assim, se uma abordagem tradicionalista é aplicada a outras formas sagradas além do hinduísmo e do sufismo, então chegamos a uma situação na qual falar de uma contra-iniciação como algo universal e oposto a um esoterismo universal é impossível sem cair na mitomania ou no dualismo moralista (o qual, teoricamente, deveria ser superado, se considerarmos o escopo do esoterismo). Ou, em outras palavras, cada forma sagrada possui características metafísicas especiais e formula, em sua teoria, o que é contra-iniciação (e apenas para ela). Dessa forma, em certos aspectos, diferentes posições podem coincidir em algumas tradições, e ser diferentes em outras. Chegamos, então, à afirmação sobre a ausência de uma única doutrina ou organização contra-iniciática, e somos forçados a dizer que tal realidade não é universal, mas plural, multipolar. A definição das qualidades e forma contra-iniciáticas deriva da singularidade metafísica de cada tradição particular.
 
Não se pode negar o fato de que no último século houve uma história comum de um processo que certamente é uma tendência clara para construir uma sociedade antitradicional baseada em princípios radicalmente opostos ao conjunto comum que é base de qualquer tradição.
 
Mas há uma exceção. Estamos falando sobre o judaísmo, a perspectiva religiosa e metafísica que nos últimos séculos, desde 1240, e especialmente a partir de 1300, considera, ao contrário, como prelúdio de um triunfo messiânico, a queda da civilização cristã e a libertação política dos judeus (para não mencionar as conquistas modernas do sionismo político e do Estado de Israel) como máximo progresso metafísico. Portanto, mesmo no contexto no qual a maioria das tradições concorda plenamente uma com a outra, há uma exceção, o judaísmo.
 
O renascimento externo de religiões confessionais em anos recentes, após vários séculos, durante os quais, pelo contrário, houve um processo ativo de dessacralização e secularização, também não se encaixa bem com a lógica tradicionalista, ainda que este seja um interesse na religião, não uma paródia como o neoespiritualismo ou a "Nova Era", mas por outro lado, certamente não constitui uma ressurreição espiritual genuína.
 
Em resumo, o problema do desvio do esoterismo ou da contra-iniciação se torna complicado não só por causa das contradições interconfessionais, cujas origens se estendem à metafísica, mas também pelas transformações internas nas mesmas tradições.
 
Para coroar, há casos anormais (um novo interesse sobre judaísmo no Ocidente), que contradizem a tendência aparentemente óbvia de uma secularização progressiva, sobre cuja base Guénon tentou substanciar sua teoria da contra-iniciação e seus planos planetários preparados para o "Reino do Anticristo".