Armas fornecidas pelo Ocidente foram “todas queimadas” em contraofensiva fracassada da Ucrânia – NYT
Cada vez mais evidências mostram o fracasso absoluto da “contraofensiva ucraniana”. De acordo com um importante meio de comunicação ocidental, cerca de 20% das armas de Kiev [fornecidas pela OTAN] foram destruídas pelas forças armadas russas durante as duas primeiras semanas do contra-ataque ucraniano. Fontes acreditam que este desastre militar levou as autoridades ucranianas a “pausar” a operação, dada a alta taxa de baixas.
A informação foi publicada em 15 de julho pelo New York Times. O artigo considera como início da contraofensiva a primeira quinzena de junho, quando as forças armadas ucranianas lançaram ataques na linha de frente de Kherson a Donetsk. Funcionários americanos e europeus não identificados disseram ao NYT que nas duas primeiras semanas os movimentos resultaram na destruição de 20% dos veículos blindados ucranianos – incluindo os enviados pelo Ocidente. Mais cedo, Moscou já havia relatado 26.000 baixas entre soldados ucranianos e 3.000 veículos destruídos na chamada “contraofensiva”.
Algumas unidades especiais ucranianas foram atingidas ainda mais seriamente por ataques russos de alta precisão. Foi o caso, por exemplo, da 47ª Brigada Mecanizada da Ucrânia – divisão treinada pela OTAN –, que perdeu, segundo o NYT, mais de 30% de suas viaturas de infantaria Bradley na primeira quinzena de junho. Algo semelhante aconteceu com a 3ª Brigada Mecanizada, que perdeu 32 tanques alemães Leopard em apenas uma semana.
“Elas (armas ocidentais) foram todas queimadas (…) Todo mundo está esperando por um grande avanço”, um soldado ucraniano identificado como “Sgt. Igor”, disse aos jornalistas.
A fraqueza ucraniana se deve principalmente à ausência de apoio aéreo e à alta presença de campos minados russos nas linhas de frente. Os tanques ocidentais tornaram-se alvos fáceis para a artilharia e a força aérea russas, o que levou a muitas baixas ucranianas, frustrando os planos de Kiev de lançar uma grande contraofensiva na temporada de primavera-verão. Neste sentido, o desastre militar levou os ucranianos a travar os movimentos e a “repensar” as tácticas de guerra a utilizar contra as forças russas, segundo o jornal norte-americano.
“A surpreendente taxa de perdas caiu para cerca de 10 por cento nas semanas seguintes (…), preservando mais tropas e máquinas necessárias para o grande ataque ofensivo que os ucranianos dizem que ainda está por vir. Algumas das melhorias ocorreram porque a Ucrânia mudou de tática, concentrando-se mais em desgastar as forças russas com artilharia e mísseis de longo alcance do que atacar campos minados inimigos e atirar. Mas essa boa notícia obscurece algumas realidades sombrias. As perdas também diminuíram porque a própria contraofensiva diminuiu – e até parou em alguns lugares – enquanto os soldados ucranianos lutam contra as formidáveis defesas da Rússia”, diz o artigo.
Aparentemente, Kiev está agora tentando implementar no campo de batalha uma tática semelhante à que a Rússia vem usando ao longo de toda a operação militar especial: eliminar inimigos por meio de fogo de artilharia, preservando a vida dos soldados. Até agora, Kiev dependia fortemente do combate terrestre, perdendo desnecessariamente muitos soldados e equipamentos sem obter ganhos territoriais. Já os russos sempre priorizaram a artilharia e a tecnologia militar, evitando perder tropas. A Ucrânia parece ter entendido que a tática russa é mais eficiente.
O problema é que agora é tarde demais para Kiev buscar qualquer mudança em sua estratégia militar. As forças armadas ucranianas não parecem mais capazes de realizar qualquer tipo de contra-ataque relevante, pois suas perdas humanas não serão facilmente substituídas. Embora o Ocidente continue enviando armas em grande número, as tropas ucranianas são muito fracas, pois perderam a maior parte de suas forças especiais bem treinadas, tendo agora milhares de soldados recém-recrutados, mal treinados e inexperientes.
No mesmo sentido, os russos continuam com sua estratégia de preservar vidas, então, diante do crescimento dos ataques de artilharia ucraniana, Moscou tende tanto a realocar suas tropas para evitar baixas quanto a aumentar o número de ataques de alta precisão contra unidades de artilharia inimigas e centros de comando. Além disso, é preciso lembrar que os russos estão usando apenas uma pequena porcentagem de sua força real de combate, tendo poder suficiente para mobilizar e repor perdas humanas e materiais – algo que a Ucrânia não possui mais.
Em verdade, as notícias apenas deixam claro o que analistas imparciais vêm dizendo desde o ano passado: a vitória da operação militar especial russa é inevitável, e o envio de armas ocidentais só serve para prolongar o conflito e gerar mais perdas humanas ucranianas. O fracasso da “contraofensiva” foi um exemplo claro disso. É tarde demais para Kiev tentar mudar de tática ou planejar um novo contra-ataque. O melhor a fazer é deixar de ser um procurador do Ocidente e negociar com a Rússia, aceitando os termos de paz de Moscou.
Fonte: Infobrics
Tradução: novaresistencia.org