AFROPOLARISMO

30.10.2023
Para nós, africanos, hoje è importante distinguir 2 conceitos: Império e imperialismo.

DIFERENÇA ENTRE IMPÉRIO E IMPERIALISMO

Para o Império voltamos a almejar a união entre diferentes populações, que apesar da sua diversidade, podem muito bem colaborar sob um único Estado. Os princípios subjacentes do Império são a Unidade e a Comunidade, sem a imposição do que as pessoas deveriam ou não fazer no que diz respeito às habituais minorias ricas dominantes no mundo. O Império quer a cooperação entre os Povos, sob um Estado único, onde cada um tenha a sua cultura, a sua língua, a sua religião. Mas existe actualmente uma forma agressiva e perigosa relativamente à situação em África, nomeadamente o imperialismo, que tem uma forma de exploração no seu sistema. Por exemplo, o colonialismo è imperialismo, pois explorou África, a América do Sul, a Ásia, e este não tem como objectivo a união das populações, mas antes tem como objectivo dominar outras. O imperialismo rima com capitalismo, que è um sistema de acumulação de recursos em detrimento da maioria, acumula e explora. Nós, com a AFROPOLAR (t.me/afropolar), queremos o regresso à “SOBERANIA IMPERIAL”, queremos o “Afropolarismo”, para recuperar o que perdemos. Com o significado de Afropolarismo, refiro-me ao pólo, no que diz respeito a um Império, e o pólo tem a União como fundamento.
Somos afropolaristas, ao contrário do que nos dizem, somos contra o conceito de imperialismo ocidental.

AFROPOLARIDADE CONTRA AS IDEIAS DE MODERNIDADE

O afropolarismo, um conceito teórico e de acção para nós, implicaria a superação das ideologias ocidentais da modernidade: o liberalismo (na sua forma económica, social e cultural), o comunismo, o micronacionalismo. Nenhuma destas ideologias mencionadas responde ao nosso conceito de SOBERANIA IMPERIAL. Um Império Africano deveria basear-se no que definimos como “Benda” no programa do nosso observatório AFROPOLAR (t.me/afropolar): Benda na língua Kissi significa solidariedade. Portanto, um Afropolarismo deve basear-se no endo-solidarismo e no coletivismo (em oposição ao individualismo do liberalismo). Nosso Afropolarismo quer o coletivismo, mas rejeita a ideia ateísta e antitradicional do comunismo. O nosso Afropolarismo defende um coletivismo africano sem negar Deus e a Tradição e não quer uma eterna luta de classes (como defendida no comunismo), defende a cooperação endo-solidária. A cooperação endo-solidária significa, portanto, opor-se ao capitalismo e ao liberalismo em qualquer caso. O Afropolarismo não defende nem o comunismo nem o liberalismo. Pensamos que hoje deve haver uma superação do Estado-nação (defendido pelo micronacionalismo/nacionalismo) para a construção do Estado-civilização (Afropolarismo e não mais nacionalismo). A criação de um Império substituirá o conceito ocidental de Nação. O futuro da resistência ao globalismo (que diferenciamos da globalização) está aqui em jogo.

“África precisa de vontade de poder” -Farafin Sâa François Sandouno

GLOBALIZAÇÃO, GLOBALISMO E ALTER-GLOBALISMO

Existem 3 conceitos importantes para conhecer e entender bem as diferenças entre eles.

A terminologia globalização significa quando há trocas com os povos, com pessoas, e trocas comerciais entre nações, portanto trocas de mercadorias e trocas financeiras. Depois há o globalismo, que quer a destruição de identidades para impor agressiva e violentamente a visão ocidentalizante das coisas, e finalmente há também o alter-globalismo, que afirma apresentar-se como a alternativa ao globalismo, mas não quer destruí-lo completamente. Por exemplo, existem certos movimentos/plataformas Afro que afirmam ser anticolonialistas, mas que ao mesmo tempo são pró-integração nas sociedades ocidentais. Devemos ter muito cuidado para distinguir esses 3 conceitos. Preservar tudo o que diz respeito a ser africano è a única solução para combater o globalismo e também garantir que África se torne soberana.

“A África deve ser o continente mais poderoso do mundo e ser libertada daqueles que não querem o seu bem” -Amadu Kunta Akil Bumbesia

AFRODESCENDENTES E AFRICANOS DEVEM SE APROXIMAR DO AFROPOLARISMO

Confrontados com o perigo globalista e alterglobalista, os Afrodescendentes e os Africanos devem aproximar-se do Afropolarismo. Focar na Afropolaridade permitir-nos-ia encontrar as chaves para a resistência ao globalismo neoliberal tanto na Diáspora como no continente africano.

Os Afrodescendentes e os Africanos devem, portanto, compreender que temos 2 inimigos (ligados ao globalismo e ao alterglobalismo):

Monopolarismo: Neste conceito, o Ocidente liberal, globalista e democrático reina e quer impor agressivamente (como sublinhado acima na definição de globalismo) a sua visão ocidentalizante das coisas ao resto da humanidade. Monopolarismo rima com globalismo. Não pode haver globalismo sem monopolarismo (ou unipolarismo).
Não-polarismo: Neste conceito, o Ocidente reina, mas de forma invisível. São as ONG (Organizações Não Governamentais) que reinam e são financiadas por capitalistas como George Soros, por estruturas liberais-globalistas como a União Europeia ou por pólos globalistas como os Estados Unidos. No não-polarismo reinam redes de baixo que querem implodir todos os conceitos tradicionais, identitários e imperiais (no nosso caso o que definimos como Afropolarismo, ou seja, Pan-Africanismo multipolar). Para o não-polarismo, apenas a visão ocidentalizante das coisas conta. O não-polarismo è mais perigoso porque funciona de forma invisível, mas de forma mais prejudicial.

Uma vez identificados estes inimigos, os Afrodescendentes e os Africanos aproximar-se-ão do conceito de Multipolarismo, que è o remédio face ao monopolarismo ocidental e ao não-polarismo das redes globalistas de baixo para cima. A partir do Multipolarismo, compreenderão que a África deve contar como um Império poderoso, ter a sua “SOBERANIA IMPERIAL” para que os seus filhos sejam respeitados. A partir do conceito de Multipolarismo passaremos a compreender o que definimos como Afropolarismo.

O AFROPOLARISMO è, portanto, o nosso imperativo, a missão de civilização que a África deve assumir hoje para ser o continente mais poderoso do mundo.

Farafin Sâa François SANDOUNO (Presidente-Fundador do observatório geopolítico AFROPOLAR) e Amadu Kunta Akil BUMBESIA (Co-Fundador da AFROPOLAR)