A Rússia deve passar por mudanças radicais

20.06.2022
Chegamos em um ponto em que as elites russas foram encurraladas e mudanças radicais são extremamente necessárias. No entanto, não sabemos se essas mudanças serão o produto de uma “revolução vinda de cima” ou o resultado do colapso de todo o sistema. Afinal, os anos 90 ainda projetam sua sombra até agora.

É o povo que sente a necessidade de mudanças urgentes e a mesma coisa aconteceu no final de 1980, mas naquela época o Partido Comunista da URSS não deixou as coisas rolarem. Foi então que os liberais se aproveitaram da situação e declararam abertamente que eles eram a mudança. O que aconteceu em seguida foi a ascensão do capitalismo, a idolatria em relação ao ocidente, o estabelecimento do livre mercado e a destruição e saque de todos as características positivas da era soviética. A sociedade então aceitou que eles eram os representantes da mudança e que deveriam ser autorizados a aplicar sua agenda política.

No entanto, havia outra alternativa que naquela época era reprimida e ignorada pelos comunistas: era a revolução conservadora de caráter patriótico e eurasiano que nunca foi levada em consideração. A alternativa patriótica foi enterrada pelo partido comunista e nosso país mergulhou nos selvagens anos da década de 90.

Agora estamos em uma situação radicalmente diferente, mas o fato de que a Rússia exige mudanças radicais permanece o mesmo. Todos sentem a necessidade dessas mudanças enquanto as autoridades russas se opõem decididamente a elas. O patriotismo, tanto de esquerda quanto de direita, é o principal agente de mudança.

Até hoje, nós, patriotas por consciência e não por obrigação, somos os únicos que sempre se opuseram ao capitalismo, ao ocidente e ao liberalismo em nome do império e da justiça social. Nossa agenda de mudança inclui a eliminação de todas as formas de corrupção e servilismo, já que o liberalismo não inspira ninguém. Nosso programa envolve a destruição do capitalismo e dos “demônios” culturais que continuam a dominar o cenário político hoje, especialmente os das elites gananciosas, imorais e incultas que emergiram das reformas da década de 90.

O povo aguarda a chegada de um novo Stalin que mais uma vez transformará nosso país em uma grande potência, pois a grandeza e a justiça sempre fizeram parte de nossa sociedade. O lançamento da operação militar especial fez com que essas expectativas aumentassem.

É óbvio que a elite liberal russa não vai desistir facilmente, pois tem muito a perder com isso. Eles sabem muito bem que os patriotas vão cobrá-los por tudo o que fizeram desde o colapso da URSS, pela forma como se enriqueceram injustamente desde 1990, por sua determinação em impor o liberalismo, por suas constantes traições e submissão ao Ocidente, e para não falar da destruição da nossa economia nacional. Eles serão julgados por todas as mentiras e calúnias que dirigiram ao nosso povo.

Agora, a elite liberal russa está na mesma posição em que os comunistas estavam na época e sofrerão o mesmo destino. Eles podem ser capazes de adiar seu fim, mas não impedi-lo. O povo russo espera grandes mudanças que reverterão tudo o que aconteceu desde os finais de 1980, e essas mudanças devem ir em uma direção totalmente oposta daquela que tomamos naquela época: precisamos criar um novo país se quisermos ser vitoriosos.

Se queremos que a operação militar especial seja bem-sucedida e permitamos mais uma vez a integração da Rússia e da Ucrânia (tanto do leste quanto do oeste), devemos primeiro mudar nossa sociedade. Não há necessidade de virar os olhos ao legado da URSS para dizer que a criação da Federação Russa foi um erro que nada tem a ver com a nossa história. Nosso objetivo deve ser voltar nossos olhos para a Rússia eterna, verdadeira e profunda para fundar uma nova sociedade.

Nesta nova Rússia, a Ucrânia será uma parte orgânica dela (convidamos os ucranianos a fazerem parte de uma grande potência como sempre fomos juntos) junto com os bielorrussos, cazaques, armênios, azeris, georgianos e todos os povos que fazem parte da nossa história. O novo império que vamos criar terá que ser construído sobre os restos da URSS, esse é o caminho que devemos seguir.